quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ah ! [ramiro marques dixit]... 5 razões para não aderir ao programa de rescisões amigáveis de contrato... no profblog...!

"Ficámos a saber esta semana que o Governo prepara um programa de rescisões amigáveis de contratos dirigido aos professores dos quadros. Era de esperar. Os professores são o maior grupo profissional da administração pública e uma elevada percentagem deles está nos 8º e 9º escalões e a muito poucos anos da idade de aposentação.

À medida que o Governo se apercebe do fracasso do programa dirigido aos assistentes operacionais e aos assistentes técnicos, é natural que olhe para outros grupos profissionais.

Não me parece, no entanto, que a adesão vá ser grande entre os professores. Há 5 razões que explicam o muito provável fracasso do programa:


#1. Os professores que estão nos 8º e 9º escalões gozam de um salário muito acima da média, apesar dos cortes dos últimos 3 anos e apesar do congelamento salarial dos últimos 5 anos.

#2. Os professores dos quadros gozam de condições de trabalho bem melhores do que as que são oferecidas no setor privado. Mais dias de férias, reduções na componente letiva, um sistema de baixas mais generoso, acesso a destacamento por condições especiais, etc.

#3. Se no Estado, a coisa está cinzenta, fora dele está preta.

#4. Com a economia estagnada e o desemprego a atingir os 18%, a rescisão amigável corresponde à entrada num buraco negro sem que se saiba o que está do lado de lá.

#5. A confiança dos cidadãos no Estado é zero. É certo que essa confiança foi alimentada na base de mentiras e ilusões por políticos irresponsáveis que desprezaram o interesse nacional e o futuro das novas gerações. Os contratos que o Estado estabeleceu com os funcionários públicos estavam ancorados numa mentira que a matemática pôs a nu. Mais tarde ou mais cedo, a mentira tinha de ser revelada e denunciada. Contudo, nenhum dos docentes que vier a aderir ao programa de rescisões pode ter a certeza de que, quando chegar a altura, a Caixa Geral de Aposentações ainda existe. A probabilidade de entrar em insolvência aumenta à medida que o tempo passa. É legítimo, por isso, que os professores receiem que, uma vez fora do Estado, lhes venha a ser vedado o acesso à aposentação nos termos e nas condições esperadas."


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