quarta-feira, 28 de agosto de 2013

educação diferenciada (?) [reflectindo]... “a separação reforça a autoestima e desenvolve mais livremente as capacidades”... no educare...!

"María Calvo Charro é considerada uma das maiores especialistas em educação diferenciada a nível internacional. Doutorada em Direito Administrativo, professora titular na Universidade Carlos III de Madrid, dedica-se à investigação sobretudo em Espanha e nos Estados Unidos. Escreveu várias obras, entre elas Educar Rapazes e Educar Raparigas, livro editado em Portugal pela Associação Europeia de Educação Diferenciada. Uma obra que classifica de guia para uma melhor educação dos filhos e dos alunos com base nas diferenças entre os sexos.

"Os métodos de ensino e as técnicas pedagógicas válidas para os rapazes podem provocar efeitos negativos nas raparigas. E vice-versa. Os sistemas que se revelam um êxito com as raparigas podem ser um desastre, pedagogicamente falando, com os rapazes", afirma nesta entrevista ao EDUCARE.PT.

EDUCARE.PT: Separar rapazes e raparigas em idade escolar é um assunto controverso. Quais as vantagens desta separação num momento de aprendizagens, de absorver e digerir o mundo?

María Calvo Charro (MCC): Rapazes e raparigas beneficiam da separação porque dessa forma respeitam-se os ritmos biológicos e de aprendizagem, reforça-se a autoestima e as capacidades desenvolvem-se mais livremente. Sem a presença do sexo oposto, sentem-se mais livres para expressar as suas emoções e contar as suas experiências pessoais. Libertam-se de estereótipos. Todas as matérias merecem a mesma consideração, tanto a área científica como a humanística. Nas escolas de um único sexo, todos são capazes de qualquer coisa, não há papéis atribuídos e atrevem-se, de igual forma, com a Matemática, com as línguas, com o futebol, com a dança...

O gosto pela aprendizagem é reforçado quando os conteúdos educativos se enquadram em programas que têm em conta as preferências naturais, resultado da diferente configuração do cérebro masculino e feminino. Neste ambiente, os seus dotes de liderança expressam-se livremente, não receiam fazer perguntas ou intervir na turma sem medo do ridículo. Libertam-se de complexos e de preocupações de parecerem interessantes ao sexo oposto. Preocupam-se mais com o que está no quadro do que com o aspeto físico. Apostam na vertente académica. A sua autoestima baseia-se em fatores como as amizades, o bom relacionamento com os pais e o desempenho académico. São eles próprios e estão destinados a tornarem-se líderes da sociedade do futuro.

A educação diferenciada oferece aos alunos um espaço livre de pressões externas que os ajuda a amadurecer com tranquilidade. Nas aulas diferenciadas, durante os complexos anos da adolescência, rapazes e raparigas podem compreender mais facilmente o papel do seu próprio sexo. O equilíbrio emocional da criança não vai ser afetado por estar algumas horas do dia separada do sexo oposto, com quem se pode relacionar sem problemas ou obstáculos fora do horário escolar ou aos fins de semana.

E: No seu livro, sublinha que eles retêm melhor os dados objetivos e elas fixam com maior facilidade dados subjetivos. O sexo é, de facto, relevante quando se aprende?

MCC: Claro. Atualmente, muitos rapazes e raparigas sentem-se incompreendidos em algumas escolas que são incapazes de dar um tratamento adequado às suas particularidades comportamentais, cognitivas e evolutivas. A falta de atenção ou desprezo por determinadas atitudes masculinas e femininas provocam frustração ou deceção em muitos alunos e alunas e gera discriminação. Ambos os sexos são discriminados quando o sistema educativo é incapaz de apreciar as diferenças sexuais na aprendizagem, criando assim obstáculos à plena realização pessoal.

A educação diferenciada é um método de ensino capaz de superar o mito da neutralidade sexual, difundido nas salas de aula e fora delas, e que, independentemente de ideologias, crenças ou políticas, dá o tratamento adequado a rapazes e raparigas atendendo com detalhe as suas especificidades, o que permite alcançar os objetivos educativos e culturais.

Contrariamente à ideia de que toda a diferença entre sexos é cultural, uma construção social que convém eliminar, este modelo educativo parte do conceito de diversidade sexual como um elemento essencial da natureza humana que faz dos homens e das mulheres diferentes mas, ao mesmo tempo, complementares. A sexualidade é uma dimensão essencial da pessoa. Por conseguinte, o direito ao pleno desenvolvimento da personalidade implica o direito ao pleno desenvolvimento da essência feminina e masculina que constitui cada ser humano, homem ou mulher.

Partindo da igualdade absoluta quanto a metas, objetivos, meios e qualidade de ensino, a educação diferenciada aplica métodos adequados às especificidades de cada sexo - consciente de que através da educação e do exercício do livre-arbítrio qualquer mulher pode desenvolver o talento do homem e vice-versa. Um e outro esforçam-se mais em determinadas tarefas e aprendizagens de acordo com as suas capacidades biológicas, mas com a correta orientação dos professores, empenho e vontade de superação, ambos os sexos podem alcançar os objetivos a que se propõem
."

para ler o resto da entrevista... siga a ligação abaixo...   

Sem comentários:

Enviar um comentário