sábado, 12 de abril de 2014

'a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio, diz Umberto Eco'... no leio eu...!

Em
2011, aos 80 anos, Umberto Eco
concedeu uma entrevista à revista Época onde comentou sobre os prós e
contras
da internet como ferramenta formadora de indivíduos leitores críticos
e/ou analfabetos funcionais. E sobre a acessibilidade do conhecimento
possibilitada
pela mesma. Confira abaixo a reprodução desta entrevista e não deixe de
compartilhar conosco a sua opinião sobre o assunto.
ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?

Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando
importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso
reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no
Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo
orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora.
E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de
uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com
tendinite de tanto dar autógrafos em livros. 
ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro
em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos
assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel
ainda tem sentido?
Eco - Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do
livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro.
Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento).
O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você
pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do
computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos,
precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi
comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler
no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad,
você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como
auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de
riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível
fazer num tablet. 
ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como
um perigo para o saber?
Eco - A internet não seleciona a informação. Há de tudo por
lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram
fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A
internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A
imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O
excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não
lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é
selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e
como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante
porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia,
porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se
costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio
César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento. 
ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via
computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de
universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?
Eco - Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de
dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você
e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que
aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse
sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação
de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa
para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já
conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado
pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet
para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias
irrelevantes. 
ÉPOCA - Há uma solução para
o problema do excesso de informação?
Eco - Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma
disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí
uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de
filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.
- See more at: http://www.leioeu.com.br/2014/02/a-internet-e-perigosa-para-o-ignorante.html?m=1#sthash.h3EqMvqV.dpuf


Em
2011, aos 80 anos, Umberto Eco
concedeu uma entrevista à revista Época onde comentou sobre os prós e
contras
da internet como ferramenta formadora de indivíduos leitores críticos
e/ou analfabetos funcionais. E sobre a acessibilidade do conhecimento
possibilitada
pela mesma. Confira abaixo a reprodução desta entrevista e não deixe de
compartilhar conosco a sua opinião sobre o assunto.
ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?

Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando
importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso
reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no
Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo
orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora.
E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de
uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com
tendinite de tanto dar autógrafos em livros. 
ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro
em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos
assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel
ainda tem sentido?
Eco - Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do
livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro.
Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento).
O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você
pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do
computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos,
precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi
comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler
no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad,
você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como
auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de
riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível
fazer num tablet. 
ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como
um perigo para o saber?
Eco - A internet não seleciona a informação. Há de tudo por
lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram
fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A
internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A
imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O
excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não
lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é
selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e
como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante
porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia,
porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se
costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio
César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento. 
ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via
computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de
universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?
Eco - Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de
dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você
e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que
aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse
sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação
de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa
para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já
conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado
pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet
para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias
irrelevantes. 
ÉPOCA - Há uma solução para
o problema do excesso de informação?
Eco - Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma
disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí
uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de
filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.
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Em
2011, aos 80 anos, Umberto Eco
concedeu uma entrevista à revista Época onde comentou sobre os prós e
contras
da internet como ferramenta formadora de indivíduos leitores críticos
e/ou analfabetos funcionais. E sobre a acessibilidade do conhecimento
possibilitada
pela mesma. Confira abaixo a reprodução desta entrevista e não deixe de
compartilhar conosco a sua opinião sobre o assunto.
ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?

Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando
importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso
reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no
Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo
orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora.
E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de
uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com
tendinite de tanto dar autógrafos em livros. 
ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro
em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos
assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel
ainda tem sentido?
Eco - Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do
livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro.
Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento).
O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você
pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do
computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos,
precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi
comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler
no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad,
você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como
auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de
riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível
fazer num tablet. 
ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como
um perigo para o saber?
Eco - A internet não seleciona a informação. Há de tudo por
lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram
fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A
internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A
imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O
excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não
lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é
selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e
como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante
porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia,
porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se
costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio
César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento. 
ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via
computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de
universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?
Eco - Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de
dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você
e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que
aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse
sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação
de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa
para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já
conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado
pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet
para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias
irrelevantes. 
ÉPOCA - Há uma solução para
o problema do excesso de informação?
Eco - Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma
disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí
uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de
filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.
- See more at: http://www.leioeu.com.br/2014/02/a-internet-e-perigosa-para-o-ignorante.html?m=1#sthash.h3EqMvqV.dpuf
Em
2011, aos 80 anos, Umberto Eco
concedeu uma entrevista à revista Época onde comentou sobre os prós e
contras
da internet como ferramenta formadora de indivíduos leitores críticos
e/ou analfabetos funcionais. E sobre a acessibilidade do conhecimento
possibilitada
pela mesma. Confira abaixo a reprodução desta entrevista e não deixe de
compartilhar conosco a sua opinião sobre o assunto.
ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?

Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando
importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso
reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no
Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo
orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora.
E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de
uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com
tendinite de tanto dar autógrafos em livros. 
ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais ferrenhos defensores do livro
em papel. Sua tese é de que o livro não vai acabar. Mesmo assim, estamos
assistindo à popularização dos leitores digitais e tablets. O livro em papel
ainda tem sentido?
Eco - Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência do
livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do livro.
Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao conhecimento).
O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você
pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no monitor do
computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos,
precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi
comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler
no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler no iPad,
você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books servem como
auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para estudo. Gosto de
riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso ainda não é possível
fazer num tablet. 
ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como
um perigo para o saber?
Eco - A internet não seleciona a informação. Há de tudo por
lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram
fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A
internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A
imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O
excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não
lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é
selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e
como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante
porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia,
porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se
costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio
César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento. 
ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via
computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de
universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?
Eco - Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de
dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você
e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que
aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse
sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação
de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa
para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já
conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado
pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet
para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias
irrelevantes. 
ÉPOCA - Há uma solução para
o problema do excesso de informação?
Eco - Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma
disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí
uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de
filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.
- See more at: http://www.leioeu.com.br/2014/02/a-internet-e-perigosa-para-o-ignorante.html?m=1#sthash.h3EqMvqV.dpuf
nota - não consegui melhor qualidade de imagem, em termos de legibilidade, pelo que fica a ligação para poderem ler claramente a entrevista...



A internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio, diz Umberto Eco ~ Leio EU

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