domingo, 10 de maio de 2015

o mais ou o menos na educação, questões de equilíbrio (?)... reflexões para o fim de dia...!


no observador...



"Aos dois anos e meio, o João já sabe dizer os nomes dos elementos da Tabela Periódica. Já sabe que o Mg corresponde ao Magnésio e que o S corresponde ao Enxofre. A Matilde conta apenas três anos de vida e já sabe ler. Os dois não se conhecem, mas têm algo em comum: adquiriram uma competência mais cedo do que era suposto.

Os pais rejubilam com os feitos dos meninos. Descobrem pequenos génios que já debitam matéria de grandes. Mas será este conhecimento precoce desejável? Pode ser mau saber demais? A experiência do pediatra Mário Cordeiro responde de imediato.”As etapas de aprendizagem têm de ser respeitadas. A descodificação dos símbolos e a aquisição do conhecimento vai-se fazendo a pouco e pouco, por vezes mais numas áreas do que noutras, mas não deve ser ‘metida a martelo'”.


"Ligamos muito ao facto de uma criança saber ler ou contar, mas não nos inquieta se sabe que o verde é para passar e o encarnado para parar" 
Mário Cordeiro, pediatra 


Atirar informação não significa ser sábio, sentencia o membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria e da British Association for Community Child Health. “Uma coisa é informação, outra é conhecimento, e outra – a mais importante e funcional – é a sabedoria. Esta só se adquire com a experiência e com o tempo“. Até lá, “podemos ensinar tudo porque fica tudo registado”.

Qual é a fronteira entre saber muito e ser sobredotado?
 
“Uma criança sobredotada é excelente em tudo”. Mito. Uma criança sobredotada tem um desenvolvimento muito acima do normal numa determinada área relativamente à idade que tem. Ou seja, um dos traços que caracteriza estas crianças é o desequilíbrio no desenvolvimento. Um exemplo: são crianças que são capazes de ler e escrever muito cedo mas, do ponto de vista emocional, estão pouco desenvolvidas. Esta é a explicação de Rosa Gouveia, pediatra e membro da Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento


“Se dissermos ao nosso filho de 2 anos que esta árvore tem musgo deste lado porque é virada a norte e não apanha sol e o musgo não gosta de sol, isso ficará gravado e, quem sabe, anos mais tarde, poderá ser útil”, explica Mário Cordeiro. 


Aos 2/3 anos, a construção dos afetos é muito importante. Deem lugar à paixão, brincar com o bebé, franzir a testa, abrir os olhos e abrir a boca. Devemos dar tempo a esta partilha, dar oportunidade à brincadeira de casa e da escola. 
João Gomes Pedro, pediatra        



convém dar uma vista de olhos pelo artigo... aqui.

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