quinta-feira, 14 de maio de 2015

'temos' um problema grave entre mãos... a internet...!



no observador...

"A internet é uma estrutura absolutamente essencial à preservação da vida tal como a conhecemos. Todos os serviços fundamentais passam por ela, desde a economia às infraestruturas sociais. E não só. Como ferramenta de comunicação, a net é um mecanismo imprescindível para garantir a liberdade de expressão a nível global. Por isso, o problema da propriedade da internet, ou da sua gestão, é muito mais importante do que parece.

A internet é gerida pelo ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), uma entidade independente que obedece a um mandato dos Estados Unidos – país que tem assumido a condução dos destinos da rede global sem interferir no seu funcionamento. Face ao imenso crescimento da internet e à sua dimensão global, Barack Obama decidiu cedo terminar com esta situação – garantindo que até 30 de setembro o ICANN vai assumir a total responsabilidade pelo futuro da internet, obrigando a uma reconfiguração global desta entidade.

O que está em causa é a gestão global da estrutura e dos domínios de internet, que se arrisca a cair numa anarquia ou, pior, num modelo em que a censura e o ataque à liberdade de expressão poderão ser prática corrente. Para perceber o que se está a passar é fundamental entender um pouco da história recente da rede global.

Quando hoje alguém, nalguma parte do mundo, escreve observador.pt na janela do browser, o resultado é o mesmo: a chegada à página do site gerido pelo Observador, onde se encontram as notícias do dia. Isso só é possível porque existe um serviço global de gestão de endereços de internet, conhecidos como domínios de internet e cuja sigla em inglês é DNS. Este serviço é uma das estruturas fundamentais da internet como a conhecemos e que no início era gerida por Jon Postel, um dos pais dos principais protocolos da rede – e que graças à sua gestão dos domínios era conhecido como “deus”.

O crescimento da internet obrigou a uma profissionalização de todo o sistema, tendo as escolhas sido feitas pelo governo dos Estados Unidos — país onde nasceu a estrutura de base da internet. A opção americana caiu, então, num modelo complicado que passou pela criação do ICANN. Não tem fins lucrativos, mas tem um conceito empresarial e tem acionistas – um conjunto de empresas ligadas à rede, ativistas da sociedade civil e governos de várias partes do mundo. É esta entidade que gere a IANA (Internet Assigned Names Authority), entidade que verifica tudo o que tem a ver com domínios e endereços de internet.

Embora nunca tenha exercido o poder de autoridade sobre o ICANN, deixando-o funcionar em total liberdade, a verdade é que a soberania sobre a internet era de certo modo pertença dos Estados Unidos. E isso motivou um crescente – e constante – clamor nas Nações Unidas, onde que um grupo de países liderado pela Rússia e pela China tem insistido numa revisão desse estado de coisas. E isto no rescaldo de toda as revelações feitas por Edward Snowden sobre o comportamento abusivo da agência de espionagem americana. O resultado foi o anúncio feito no ano passado por parte da administração Obama de que pretende terminar em outubro essa supervisão americana sobre o ICANN, abrindo a porta a uma situação potencialmente caótica."

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