quarta-feira, 1 de julho de 2015

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Bom dia, já leu o Expresso Curto Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Ricardo Costa
Por Ricardo Costa
Diretor
 
1 de Julho de 2015
 

Um novo Não, uma nova seleção, um novo Banco 


Ontem o dia durou mais um segundo que o habitual, o que fez com que tenha sido efetivamente o dia mais longo do ano. Mas nem esse segundo extra serviu para a incrível maratona das negociações entre Atenas e os credores.

Quando tudo parecia arrumado, houve nova carta (aqui na íntegra e traduzida) do governo grego, um novo pedido para um programa extra de dois anos, uma nova reunião extra do Eurogrupo, e… um novo Não de Bruxelas. Mas eis que, já mais para tarde, houve novo pedido de Atenas ao FMI, agora para adiar o prazo de um pagamento que terminava às nossas 23h, e … um novo Não do Fundo.

Parece que Atenas queria usar um mecanismo de adiamento, previsto nos estatutos do Fundo, e que foi utilizado in illo tempore pela Nicarágua e pela Guiana. Mas não foi autorizada e agora está mesmo em incumprimento formal com o FMI, como, por exemplo, já estiveram o Sudão ou o Zimbabué.
Enquanto tudo isto acontecia, e depois de já ter havido uma manifestação a favor do “não” no referendo, ontem foi a vez de milhares de pessoas se manifestarem em Atenas a favor do “sim” no referendo de domingo. Temem uma guerra civil caso a Grécia saia da Europa, como conta aqui a nossa enviada especial Joana Pereira Bastos.

E hoje? Então vai ser assim: … esqueça, tudo o que eu agora escrever pode ser ultrapassado daqui por umas horas por mais uma pirueta grega, alguma inclinação de Bruxelas, alguma nuance do FMI. Mas, sinceramente, neste momento o caminho para o referendo parece inexorável e só depois dos eleitores gregos dizerem o que querem é que os líderes da zona Euro estão dispostos a falar. Pelo sim pelo não, aconselho a terem sempre debaixo de olho o Expresso Online, onde o acompanhamento é contínuo. 


OUTRAS NOTÍCIAS
No último segundo, foi a vez da nossa seleção sub-21 de futebol cair na final de um Europeu emocionante. Perdemos nas grandes penalidades com a Suécia, mas não há ninguém que não tenha ficado agradado com a qualidade da jovem equipa, temos mesmo uma nova seleção.

Na crónica do jogo, o Pedro Candeias, garante que Portugal foi melhor até que levou o jogo para a linha dos 11 metros - a linha que separa o Paraíso do Inferno. Pode ler aqui: Perder nos penaltis é uma história que tem barbas.

Já agora, e para arrumar o futebol, o Brasil está em choque com a Copa América. Não porque tenha jogado – já fez as malas, aliás – mas porque a equipa que eliminou a canarinha, o Paraguai, foi esta madrugada passada a ferro pela Argentina,n por 6-1. A final vai pôr frente a frente argentinos e chilenos.

Só mais uma informação, no mundial de futebol feminino, os EUA ganharam por 2-0 à Alemanha e seguem para a final.

Ontem terminou o prazo para a entrega de propostas para a compra do Novo Banco e, como esperado, houve vários interessados. Santander e Cerberus desistiram de ir a jogo, mas há três propostas firmes dos chineses da Fosun e do Anbang e dos americanos da Apollo, o que permite passar à fase seguinte da negociação, já com as melhores propostas.

"De todos os hipotéticos candidatos de que se fala, a eventual candidatura de Rui Rio é a que me mais entusiasma e a que mais confiança me merece." Foi assim que Francisco Pinto Balsemão tornou público o seu apoio a uma candidatura de Rio a Presidente da República, ontem, no lançamento de um livro sobre o ex-autarca.

Hillary Clinton está sob enorme pressão, depois do Departamento de Estado ter divulgado os seus e-mails enquanto foi secretária de Estado. A divulgação surge depois de uma enorme polémica causada por Hillary usar um mail não oficial – uma prática que não é aceite pela Casa Branca. Para já fica claro, que tinha um conselheiro importante, que não tinha qualquer função oficial.

Uma embaixadas dos EUA em Cuba e vice-versa? É isso mesmo. Washington e Havana confirmam hoje que vão abrir missões diplomáticas, dando mais um passo no degelo entre os dois países.

Hoje é dia J, dia de Jorge Jesus no Sporting. O treinador é apresentado ao final da tarde em Alvalade, consumando a transferência mais surpreendente do ano. Até lá, aconselho a leitura deste texto do Nicolau Santos, "Os sete espinhos de Jorge Jesus", sobre os desafios que o treinador vai encontrar do outro lado da segunda circular.

Os sportinguistas que têm menos de 18 anos já vão ter que comemorar a chegada de Jesus com laranjada. É que a partir de hoje os menores de 18 deixam de poder beber qualquer bebida alcoólica. Acabou-se a distinção entre bebidas espirituosas e o vinho e a cerveja.

Se o leitor tem 16 anos, já sabe que vai ter que esperar dois anos para beber uns copos. Mas fica já a saber que nessa altura acaba o roaming na União Europeia. Bruxelas garante que o roaming morre a 15 de junho de 2017.

No streaming de música, tudo ou quase tudo muda a partir de agora. A Apple, que tinha revolucionado o mundo da música há uns anitos com o iTunes, teve agora que virar a agulha para não perder a guerra do streaming e está desde ontem a fazer concorrência ao Spotify. O Pedro Oliveira explica bem como funciona, quanto custa e o que está em causa.


FRASES
"Fizemos o nosso trabalho de casa e temos reservas suficientes para passar por este período". Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, durante uma visita a Viseu

"Lamento, mas não devemos a democracia aos gregos". Henrique Raposo, no Expresso Diário

"Um voto pelo Não daria pelo menos à Grécia a possibilidade de agarrar o seu destino com as suas próprias mãos". Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, num artigo que tem sido muito discutido e que ontem foi publicado em exclusivo para Portugal no Expresso Diário e (pode ler aqui).


O QUE EU ANDO A LER
Grande prémio do Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores em 2012, “e a noite roda” é o primeiro romance da jornalista Alexandra Lucas Coelho. Li primeiro o segundo romance, “O meu amante de domingo”, mas aconselho a entrada direta neste “e a noite roda”.

Não são poucos os jornalistas escritores com qualidade, mas é raro terem um primeiro livro logo com direito a um prémio tão relevante - a Ana Margarida Carvalho, da Visão, também conseguiu esse feito com “Que importa a fúria do mar”, no ano passado. Como se trata de um romance não faz muito sentido que desvende a história, mas recorro às palavras da autora (“as histórias felizes são relâmpagos”) e ao seu percurso profissional, já que foi correspondente do Público em Jerusalém e o livro tem essa marca, quer na geografia, quer no estilo e na capacidade de observação.

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